Falemos de almas nuas, quando todas as condicionantes caem e a vergonha não acontece. Conhecemos o melhor e o pior de alguém e o que torna tão apaixonante esta descoberta é que raramente o sombrio se sobrepõe à luz.
Posto isto questiono a razão de uma pessoa de luz se transformar num autêntico filme de terror.
Talvez o facto que pelo decorrer da jornada deixamos de ser nós e passamos a tentar ser o que outra pessoa quer que sejamos.
Que se ergam os muros da moralidade e dos bons costumes, há que repudiar quase tudo aquilo que nos apaixona.
Cada vez somos menos nós e mais aquilo que achamos que irá agradar.
E aqui dá-se a terrível descoberta que neste jogo da sueca deixámos a alma nua lá atrás.
Não foi roubada na ponta de um beijo mas abandonada numa viela sombria.
Passamos a ser um vácuo oco de coisa nenhuma.
Já não aguentas a minha presença e eu nem posso ouvir o som da tua voz.
Até que a morte nos separe iremos avançar até ao fim pela teimosa de que este é o caminho certo.
Já só com a idade dos anciões reconhecemos o erro mas aí é tarde de mais, a alma nua foi enterrada antes do corpo e nada resta para viver.
Mas afinal que sei eu?
Deixei a minha alma nua perdida numa viela qualquer.
Dєiα ツ
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